sexta-feira, 19 de junho de 2009

"Hours Concours"

Elenco, trilha sonora, fotografia, os zooms, os ângulos, e antes de tudo, o modo como contar uma história. Este último é para o mim o fator chave na classificação de um "bom filme".

Nessas férias eu tenho revisto alguns filmes que já tinha assistido há algum tempo atrás, hoje foi a vez de "De Olhos Bem Fechados" de Stanley Kubrick. Ao termino de mais de 2 horas e meia de filme, quando Nicole Kidman fala o "Fuck!" e aparecem os créditos, eu não conseguia tirar aquele sorriso bestializado do rosto, de quando você se surpreende com algo. Soltei logo depois para mim mesmo, "Definitivamente um dos melhores filmes que já assisti", e principalmente, "Inquestinavelmente este o melhor diretor da história".

Já devo ter visto todos os filmes de Kubrick umas 2 ou 3 vezes, e é incrível o quanto mais maravilhado eu fico a cada vez que assisto a cada um. Sempre tem uma coisa nova, um detalhe que eu não tinha percebido antes, uma fala, uma expressão, uma cor, um giro na câmera, e a cada detalhe redescoberto em seus filmes mais certo eu fico do quanto Kubrick não está na minha lista de diretores favoritos. Por que ele não se encaixaria, seria de uma desproporcionalidade absurda. Não é desmerecendo os outros diretores da suposta lista, mas Kubrick é "hours concours".
Stanley Kubrick tem uma das qualidades, a qual é indiscutivelmente das mais importantes num diretor de cinema, que é o modo como ele consegue extrair o máximo desempenho do ator na interpretação de um papel. Todos os atores que eu já vi trabalhando com Kubrick se descatacaram para mim como a melhor atuação, Jack Nicholson em "O Iluminado", Malcolm Mc Dowell em "Laranja Mecânica", Kirk Douglas em "Glória Feita de Sangue", Peter Sellers em "Dr. Fantástico" e Tom Cruise e Nicole Kidman em "De Olhos Bem Fechados". Essa condução acaba levando a um maior comprometimento com o roteiro, resultando numa história, na qual só levando em conta a parte dos atores, é perfeitamente interpretada.
Então vem o outro lado que é o modo de condução do filme. Kubrick com certeza é o diretor com os takes mais característicos do cinema, seus zooms e enquadramentos, as tonalidades das cores, a sonoplastia, o modo como a câmera é conduzida na sequência de uma cena, são facilmente identificáveis. E com a mesma certeza eu afirmo que é o modo de condução mais perfeito e incopiável. O jeito como Kubrick vai levando o filme tem um poder de envolver a quem assiste por mais de 2 horas que faz com que o filme termine e você não olhe uma só vez quanto tempo faltava para terminar. Acho que as giradas nas câmeras e os zooms inesperados, as cores vivas dos objetos, a montagem das cenas, tudo isso deve agir no subconsciente dagente e não deixar ninguém desgrudar os olhos da tela em um só momento. Eu, como apenas um mero apreciador da sétima arte, não entendo muito bem sobre o processo de construção de um filme, apenas sei que Kubrick é dos poucos que me fazem assistir a um filme sem bocejar uma só vez.
Outro diretor que eu dou bastante crédito é, o até já clichê, Steven Spielberg. Acredito que tomando uma referência de 80 até hoje, fora o "hours concours", ele é o diretor que melhor consegue amarrar uma história, seja ela qual for, num filme. Já li por aí que ele era um grande amigo e sempre foi um fiel adimirador de Stanley Kubrick, possivelmente deve ter tido algumas aulas particulares com o mestre.

Não sei como terminar o post. Por isso farei como Nicole Kidman e com uma simples palavra, darei o seu fim.

"FUCK!"

2 comentários:

Victor Serak disse...

Rapha!
O enredo desse filme é lindo demais!
A seuqencia "noturna" de Cruise é fenomenal.
A sensualidade, o mistério e as fraquezas humanas passeiam pelo filme todo.Recentemente revi "O Iluminado" ( pela 4a vez) e aquilo é um extase cinematografico.Ah! Tenho todos os filmes dele - o que é obrigatório.
Pra citar um grande diretor que sou fã abaixo de Kubrick seria o David Fincher.
Abraços!!

Nathália. disse...

Comunicado: tu acaba de perder o teu salário do mês, Queiroz.

auheueahueahuhae
era minha, ok?