segunda-feira, 25 de maio de 2009

may the force be with you.

Final de noite "nerd", que merece um post.

Vou ilustrar.

Segunda feira, corrida, exausto do estágio e da faculdade.
Saí da faculdade um caco só pensando em ir pra casa, comer e dormir.

Porém, uma amiga da faculdade ao lado me liga, chamando pra conversar besteira. Passatempo. Eu fui. Pois bem, conversa foi, conversa veio e o tempo foi passando, quando dei por mim já eram 8 horas da noite e meu sono já tinha se perdido.
Então resolvi atualizar umas pendencias. Fui na Livraria Cultura, encomendar o novo livro sobre o Clube da Esquina. Encomendei. E para nao dar viagem perdida, fiquei lá rodando e paquerando com os discos, dvds, livros e principalmente, aqueles BOX's. Faroestes, Woody Allen's, Kubrick's, Monty Python's, Séries... e o mais charmoso de todos, aquele com os 3 primeiros filmes de Star Wars. Ah, lá também tinha uma vendedora nova fantástica, que por sinal foi a escolhida (por mim) para fazer a reserva do meu livro.
Paquerei pesadamente, mas nem me deram bola. (inclusive a vendedora).

Fui embora.

No caminho de casa, lembrei que minha tia tinha me falado sobre uma locadora que estava fazendo um bazar aqui perto. Já era 9 e meia da noite, e estava um toró, mas quem sabe ela não estava aberta ainda? (quem não arrisca, não petisca).
Estava.
Mil filmes. Milhões de coisas fantásticas. Poderoso Chefão, Taxi Driver, Hitchcock's, Dançando no Escuro, Cães de Aluguel, DVD importado de Pearl Jam e meus olhos brilhando. Olhei todas as prateleiras, título a título minusciosamente, e fiz minha imensa pilha. Escolhi uns 5 filmes (com uma dor no coração de não poder levar 20) e fui pagar.

(um parêntese)
Eu tenho uma mania muito grande de "desencargo de consciencia". Posso olhar uma loja de cabo a rabo e não achar o que estou procurando, mas no final eu sempre pergunto "Tem tal coisa?", também sempre faço a mesma pergunta pra mais de um vendedor, só para realmente ter certeza. Pois bem, essa mania nunca foi tão bem vinda como hoje.

(Voltando a história)
Estava lá eu pagando, e a consciencia pesou, então perguntei ao vendedor:
-O senhor tem Star Wars aí? Tem não né?!
E ele.
-Ah, acho que eu tenho aqui.
E parece até mentira, mas ele tirou de trás do balcão aquele BOX que eu estava paquerando alguns minutos atrás na Livraria Cultura, com os 3 primeiros DVD's da série e um quarto de extras, tudo numa caixinha prateada com desenhos em auto-relevo: de um lado Luke, Leia, Han Solo, C3PO e R2D2 e do outro Darth Vader.
Inacreditável.
Devolvi todos os dvd's que tinha minusciosamente escolhido de volta as suas respectivas prateleiras, e peguei o BOX. Pechinchei, e comprei.

...e nesse momento, eu a senti jovem padawan. "The Force". Ela estava comigo. Õo

sábado, 23 de maio de 2009

"Hoje ainda é dia de Rock Rural"


(Alguns anos atrás. Assistindo "Durval Discos".)
Logo no começo do filme, uma música chamou muito minha atenção. Ela falava de um tal de Mestre Jonas, que morava dentro de uma baleia (que era mais segura que um grande navio), e que assinou um papel para morar dentro dela até o fim da vida.

Um tempo depois eu descobria uma turma muito interessante lá de Minas Gerais. Eles tocavam numa esquina, lá pelo começo dos anos 70. Eram uns caras aí, Bituca, Lô, Beto, Wagner, Marcos, Fernando, Ronaldo. Desses encontros saiu um disco, "Clube da Esquina" e foi à partir dele que eu comecei minha quase que obsessão por essa turma de mineiros.
Vasculhei tudo sobre a carreira de todos eles, principalmente a de Milton Nascimento, o Bituca da esquina, e dessas vasculhadas acabei por conhecer também a banda de apoio de Bituca, era o "Som Imaginário".
Extraordinário. Foi o disco que baixei. O primeiro, só do "Som Imaginário", com gravações de "Tema dos Deuses" de Milton e "Feira Moderna" de Beto Guedes. A banda era formada por Wagner Tiso, Tavito, Fredera, Toninho Horta, Luiz Alves, Robertinho Silva e o cidadão que cantava aquela música do rapaz que morava dentro da baleia. O cidadão era, Zé Rodrix.
Só para constar, Zé não era mineiro, era carioca.
A presença de Zé no disco é marcante, a versão de "Feira Moderna" de Beto Guedes que imortalizou a música, é de derramar água dos olhos. "Hey Man", "Morse", "Nepal", "Make Believe Watz", tudo no disco me deixa até hoje abestalhado. E desse disco eu percebi que aquele cidadão tinha alguma coisa a mais.
Denovo, comecei a procurar por tudo que Zé já tinha metido a colher. E a cada projeto que descobria dele, mais me identificava. Junto do "Som Imaginário", um dos que mais me marcaram foi o trio que ele formou com a dupla "Sá e Guarabyra". A temática "psicodélica-rural" do trio acabou por criar uma nova vertente brasileira. O "Rock Rural".
Pois bem, Zé Rodrix foi por anos (e até hoje é) trilha sonora de muitos momentos marcantes da minha vida. "Sábado", "Feira Moderna", "Hey Man" do Som Imaginário, "Primeira Canção da Estrada", "Desenhos no Jornal", "Mestre Jonas", "Hoje ainda é dia de Rock", "O Pó da Estrada", do trio, todas essas conseguem remeter em mim momentos meus passados com uma clareza assustadora. Sempre que escuto (como agora, que está tocando "Feira Moderna"), eu consigo me ver dentro do carro, viajando, na BR, com o vidro aberto, exorcizando todos os meus problemas na voz, no teclado, nos apitos e nas mungangas de Zé.

É engraçado quando eu penso em Zé Rodrix. Não consigo ter aquela imagem de ídolo, intocável. Definitivamente não. Parece alguém que sempre esteve mais próximo. Um amigo que tinha uma banda. Um vizinho gente fina. Um tio distante que ligava vez em quando. Um professor da faculdade. O vendedor de cachorro quente da esquina. O carinha limpeza que guarda meu carro. O policial da BR. O garçom que me serve uma cerveja com a namorada. O sogro gente boa. Enfim, Zé Rodrix foi sem dúvida um dos artistas com que eu tive uma maior proximidade e identificação com suas obras. Por isso que meu coração apertou tanto quando soube da notícia dessa sexta feira.

Pobre Zé.

Acredito que agora ele está na baleia, ao lado do Mestre Jonas, de contrato assinado. Ou quem sabe ele esteja no Nepal rindo da cara da gente.

Pois bem, Zé, onde estiver, descanse legal, na baleia ou no Nepal.

e eu continuarei por aqui, como você, plantando meus amigos, meus discos e livros e nada mais.

sábado, 16 de maio de 2009

ponto sem nó.

Parar e organizar as idéias. Era meu objetivo deste sábado.

Por que até parece que é combinado.
Quando você tá no maior marasmo, nada acontecendo... Então é que alí pelos confins de onde Judas perdeu as botas, é marcada uma assembléia, com todas as pessoas e coisas que podem dar um remelexo em você. E formam um Sindicato. E decidem as horas e os lugares de trabalho. E são emitidos e entregues a cada participante do Sindicato uma lista de coisas para fazer, o que, e como, de modo a tornar você um saco de entropia ambulante do tamanho de um trem.
Pois pronto, faz um tempo que esse Sindicato vem mandando alguns representantes (muito bem treinados por sinal), todos endereçados a minha pessoa. E eles não marcam horário, tanto faz na segunda à tarde, como no sábado à noite, estão sempre aparecendo e bagunçando, dando umas sacudidas, um puxa pra um lado, outro puxa pra o outro, mexe, remexe, quebra, requebra e fazem uma balbúrdia, um verdadeiro pandemônio.

Então hoje eu decidi que iria descer lá no meu almoxarifado e fazer uma vistoria, dar uma geral, fazer pilhas, colocar etiquetas, determinar prioridades, jogar algumas coisas fora, colocar outras no stand by. Impor a ordem novamente.
Porém a tal assembléia já pensou em tudo, e quando eu já ia descendo para a vistoria, lembraram-me (provavelmente por um mandato do Sindicato) que eu tinha um trabalho pra fazer hoje à tarde toda e tive que subir de volta. Ou seja, minhas idéias vão continuar embaralhadas mesmo, até que chegue a data da inspeção determinada pelo Sindicato e algum membro encarregado deste serviço venha organizá-las. Por que eu decididamente não consigo. Acho que colocaram um lacre no almoxarifado.

...
Parece que eu to preocupado né?
Tô não.
E na verdade, sou eu que não quero arrumar.

O que realmente aconteceu foi o seguinte: Fui lá embaixo (e toda essa história do lacre e de terem me lembrado do trabalho, é mentira por que eu entrei no almoxarifado e andei por ele todo). Estava mesmo, uma bagunça muito grande, muita coisa, como a muito tempo não via, uma por cima da outra, tudo junto e misturado. Mas eu não quis arrumar não, tava tudo tão instigante, aquelas coisas todas, tudo que chegou de novo, misturado com os velhos, a bagunça toda. Um mistério no ar. E eu fiquei tentado demais pela situação.
Agora eu sei que meu negócio é a desordem mesmo. É dar ponto sem nó. 8 ou 80? Mil vezes 80.
Portanto eu pretendo que a inspeção ainda demore alguns meses para aparecer. E se aparecer, eu solto os cachorros atrás deles.