sábado, 29 de agosto de 2009

when i get older.

...losing my hair.

Quando dá 8 horas da manhã de um sábado e eu acordo, depois de uma longa e agitada noite, começo a acreditar que essa é a gota d'agua dos indícios da minha idade chegando. E minha idade chega na mesma proporção que minha paciência pra certas coisas se vai.
A começar pela minha cidade, na verdade pelos moradores dela, principalmente os do meio "cool" que convivo. Ontem à noite eu voltei mais uma vez sem a turma, e no táxi de volta conversei água com o taxista durante R$20,00 do taxímetro, sobre exatamente esses moradores. Talvez esse tenha sido o motivo de uma reflexão maior sobre a coisa toda. Algo que sempre tenho feito ultimamente é ficar sentado com amigos num dos banquinhos de granito que tem na calçada da rua mais badalada da sexta feira, e tomando uma cerveja e segurando um cigarro, ficar vendo as "pessoas que passam". Acho que esses meus conterrâneos vêm se esforçando demais para parecerem alguma coisa e quando eu digo "parecerem", é "parecerem", não é um esforço pra "ser". "Ser" dá muito trabalho. Para que "ser", se eu posso "parecer"? Não que isso me irrite, não, estou muito longe dessa rabugentisse, eu apenas fico matutando o quão diferente eu sou de boa parte desses meus vizinhos e que eu não tenho mais a já citada, paciência, pra essas pessoas. Terminei a noite no "sambão", cheio de gente estranha e mais velha, mas que estavam pouco se lixando para o que o pessoal da mesa ao lado achava deles. O segredo deve estar na idade.
Outro indício aparece fácil quando o assunto são as mulheres, na verdade as garotas (da minha idade) dessa cidade. Esse foi outro assunto com o taxista, lá pelos R$12,00 dos R$20,00. Uma das coisas que me dá muito prazer quando estou com uma mulher é jogar conversa fora, tomar cerveja e falar besteira pelo resto da noite. Uma vírgula, existe no mínimo mais umas 8 coisas que dão mais prazer estando com uma mulher do que isso, mas eu quero me deter a primeira. Retomando o fio da meada, acho absurdo ver essas garotas se portando como "velhas", pegando nossa jovialidade fazendo uma trouxinha e jogando no mato. Não saber aproveitar as oportunidades por medo, por desconfiança ou pior por ser "bandida". Essa é uma palavra que vem sendo usada em praticamente todos os diálogos com a turma. Algumas fazem questão de entrar na bandidagem cedo, nem direito são garotas, são umas meninas, e aposto que a maioria delas não tem rancor nenhum, nunca se casaram, nem divorciaram, não tem filhos pra cuidar, não tem praticamente nada que justifique amargo algum na "vida amorosa". Daí eu sento e enquanto espero conversar, claro que existem segundas intenções, terceiras e quartas, mas elas sempre esperam que eu vá dar em cima, que vá encher a bola delas e dizer "ó, como você está linda", pelo simples fato de saber que tem alguém a adimirando, tipo uma mulher com seus 30 anos atrás de adimiradores para a sua nova plástica. Eu adoro elogiar, mas odeio fazer isso pra alguém que espera por puro narcisismo, prefiro não falar é nada sabe. Pois é, eu ando perdendo a paciência pra isso também, e por mais que eu ache a minha companhia linda eu não perco tempo "enxarcando" por "enxarcar". Quer conversar, a gente conversa, quer outra coisa, deixe claro. Sei que no "sambão" só o que tinha eram mulheres, pouquíssimas garotas, e mais uma vez essa gente estranha e mais velha me surpreendeu, dava pra ver claramente muito mais daquela jovialidade jogada no mato alí nas Meninas de 23 anos pra cima, do que no meu meio "cool" nas Mulheres 23 pra baixo.

Chega. Essas sexta feiras são sempre bem proveitosas, toda vez acordo no sábado com novos ares. E na bem da verdade, eu só estou aqui fazendo algumas tempestades em copo d'água mesmo, tipo as neuroses de Woody Allen. Porque eu gosto do meio "cool" que vivo, acho que ainda é o melhor ambiente da minha cidade e gosto, fácil, das mulheres de 23 pra baixo, sempre acabo de historinha com uma delas e deixando as de 23 pra cima de lado. Que é que eu posso fazer? Com 21 anos, é arrumar mais paciência pra essas coisas. E eu arrumo. Fácil.

Stevie Wonder no MP3, andar de bike por aí. E mais tarde já estou no meio "cool" novamente.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

continuum.


Musicalmente, eu sempre tive uma adimiração imensa por John Mayer, confesso que era mais por suas participações a parte da sua carreira, como em parcerias com Eric Clapton, B.B. King do que pelo seus discos em si, nos quais minha relação era apenas sentimentalóide mesmo. Até um dia desses, quando resolvi resgatar o "Room For Squares" numa loja de discos para dar de presente a uma amiga. "Room For Squares", que é oficialmente o seu disco de estréia certamente foi um dos que mais embalaram meu colegial, fato este que explica minha relação com esse disco ser tão mais sentimental do que musical, apesar de que, depois de ter re-escutado o Room alguns anos depois, notei que é de uma competência absurda para um artista que estava tentando alcançar o estrelato através de "pop girls colegial classics songs of love". "83", "No Such Thing", "3x5", "Neon", além da criatividade e do sentimentalismo contido nas letras as melodias do Room são muito bonitas e como em "No Such Thing" existe uma forte influência de acordes jazzisticos. Enfim, "Room for Squares" é recomendadíssimo. E confesso que até "Your Body is a Wonderland", a rainha da "girl pop song", eu adoro. Fácil.
Porém não é do "Room for Squares" que quero falar nesse post e sim do seu mais recente disco de estúdio, "Continuum".
O ponto de partida do meu resgate por John Mayer foi devido à morte de Michael Jackson. Fúnebre. Pois é, no funeral de Michael, John Mayer fez uma participação que pra mim foi das melhores, lado a lado com a de Stevie Wonder. Ele subiu no palco, com uma guitarra surrada e tocou, apenas tocou, "Human Nature". Mayer entrou mudo e saiu calado, mas foi emocionante. De encher os olhos.
Daí eu comprei o "Room for Squares" e fiquei ouvindo, ouvindo, ouvindo e relembrando minha "criancisse". Até que ontem eu baixei o "Continuum", já tinha ouvido um ao vivo anterior que John Mayer tocava com uma banda, John Mayer Trio, ótimo, discaço.
Sei que o baixei ontem à noite e não deu tempo de ouvir, coloquei no mp3 e liguei no som do carro hoje de manhã indo para a faculdade. Estava atrasado. Mas desacelerei, fácil, quando começou a tocar "Waiting on the world to change" e juro como tive vontade de parar o carro na Avenida e terminar de ouvir o disco todo na faixa 2 "I Don't Trust Myself (With Loving You)", dane-se a aula de Desenho Técnico. Mas não parei não. Vontade não faltou. Casa para faculdade, faculdade para o trabalho, trabalho para casa, em todos esses percursos dessa segunda feira "Continuum" não parou um segundo só dentro do carro.
É incontestável o quanto John Mayer evoluiu do "Room for Squares" para o "Continuum", são anos luzes a frente. Sem perder a criatividade e o romantismo das letras, Mayer deu uma turbinada incrível nas melodias, nos solos de guitarra, nas influências notáveis do disco, são facilmente identificáveis fortes toques de blues, soul e o tal jazz. Em "Continuum" John Mayer nos mostra o verdadeiro compositor que ele é, que é facilmente um dos melhores da atualidade. O disco tem direito até a um cover de Hendrix, "Bold as Love". Absurda.
Nesse dia que tenho ouvido o "Continuum" eu fico pensando em compositores de alto nível. Penso o seguinte, que se Stevie Wonder pega o "Continuum" e escuta "I Don't Trust Myself" por exemplo, Marvin Gaye "Vultures", e Hendrix a sua homenagem "Bold as Love", eles deve pensar consigo mesmo "Esse rapaz definitivamente está no caminho certo".

John Mayer - Continuum (2006). Vair continuar sendo o disco da semana, fácil.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

corvos negros.

10 razões que fazem The Black Crowes das melhores (se não a melhor) banda de 90 pra cá.

1- Sometimes Salvation.
2- Remedy.
3- Thorn in My Pride.
4- Chris Robinson já foi casado com a Kate Hudson.
5- Os caras são muito cools.
6- As melhores baladas.
7- Os melhores "rockers" também.
8- Chris Robinson tem filhos com a Kate Hudson.
9- Ouvir um disco com espírito e roupagem 70tista.
10- Gravações que fazem gosto de ouvir.

(post feito com o intuito de recuperar o espírito "cool" desse blog)

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

nem aqui eu estaria.

Há quem diga que sinceridade é a melhor qualidade que uma pessoa possa ter.
Pois bem, eu também achava. Na verdade eu tinha até certeza.

É incrível como as maiores virtudes podem ser desvirtuadas para um caminho totalmente contrário quando se utilizadas em momentos inoportunos. Seria ótimo se a gente tivesse um marcador de virtudes. Você está com alguém e olha no seu marcador: "agora seja sincero", "agora íntegro", "agora amável", "agora carinhoso". 90% dos meus problemas seriam resolvidos.
É por falta desse marcador que muitas vezes dá vontade de esquecer qualquer uma dessas coisas que carrego comigo, ou que pelo menos acho que carrego. Esquecer sinceridades e integridades, as quais dependendo dos momentos que são mostradas, tanto podem ser adoráveis como completamente descartáveis e talvez até erradas. Pois é, quem sabe uma mentira de pernas curtas viva bem de muletas, ou talvez quem cala não está consentindo, simplesmente não quer se pronunciar.

Entretanto, acho que a personalidade de alguém se baseia exatamente nessas virtudes, na falta ou no excesso. E aos 20 e poucos anos eu já tenho a minha praticamente formada. Seja na falta ou no excesso, eu nem vou tirar nem por. É isso mesmo e acabou-se.

Pois é, talvez se hoje eu tivesse esquecido tudo isso, "siceramente", nem aqui eu estaria.
Mas, problema. É como diria Sinatra: "That's life".

(Na foto: Marilyn Monroe e Frank Sinatra)