segunda-feira, 17 de agosto de 2009

continuum.


Musicalmente, eu sempre tive uma adimiração imensa por John Mayer, confesso que era mais por suas participações a parte da sua carreira, como em parcerias com Eric Clapton, B.B. King do que pelo seus discos em si, nos quais minha relação era apenas sentimentalóide mesmo. Até um dia desses, quando resolvi resgatar o "Room For Squares" numa loja de discos para dar de presente a uma amiga. "Room For Squares", que é oficialmente o seu disco de estréia certamente foi um dos que mais embalaram meu colegial, fato este que explica minha relação com esse disco ser tão mais sentimental do que musical, apesar de que, depois de ter re-escutado o Room alguns anos depois, notei que é de uma competência absurda para um artista que estava tentando alcançar o estrelato através de "pop girls colegial classics songs of love". "83", "No Such Thing", "3x5", "Neon", além da criatividade e do sentimentalismo contido nas letras as melodias do Room são muito bonitas e como em "No Such Thing" existe uma forte influência de acordes jazzisticos. Enfim, "Room for Squares" é recomendadíssimo. E confesso que até "Your Body is a Wonderland", a rainha da "girl pop song", eu adoro. Fácil.
Porém não é do "Room for Squares" que quero falar nesse post e sim do seu mais recente disco de estúdio, "Continuum".
O ponto de partida do meu resgate por John Mayer foi devido à morte de Michael Jackson. Fúnebre. Pois é, no funeral de Michael, John Mayer fez uma participação que pra mim foi das melhores, lado a lado com a de Stevie Wonder. Ele subiu no palco, com uma guitarra surrada e tocou, apenas tocou, "Human Nature". Mayer entrou mudo e saiu calado, mas foi emocionante. De encher os olhos.
Daí eu comprei o "Room for Squares" e fiquei ouvindo, ouvindo, ouvindo e relembrando minha "criancisse". Até que ontem eu baixei o "Continuum", já tinha ouvido um ao vivo anterior que John Mayer tocava com uma banda, John Mayer Trio, ótimo, discaço.
Sei que o baixei ontem à noite e não deu tempo de ouvir, coloquei no mp3 e liguei no som do carro hoje de manhã indo para a faculdade. Estava atrasado. Mas desacelerei, fácil, quando começou a tocar "Waiting on the world to change" e juro como tive vontade de parar o carro na Avenida e terminar de ouvir o disco todo na faixa 2 "I Don't Trust Myself (With Loving You)", dane-se a aula de Desenho Técnico. Mas não parei não. Vontade não faltou. Casa para faculdade, faculdade para o trabalho, trabalho para casa, em todos esses percursos dessa segunda feira "Continuum" não parou um segundo só dentro do carro.
É incontestável o quanto John Mayer evoluiu do "Room for Squares" para o "Continuum", são anos luzes a frente. Sem perder a criatividade e o romantismo das letras, Mayer deu uma turbinada incrível nas melodias, nos solos de guitarra, nas influências notáveis do disco, são facilmente identificáveis fortes toques de blues, soul e o tal jazz. Em "Continuum" John Mayer nos mostra o verdadeiro compositor que ele é, que é facilmente um dos melhores da atualidade. O disco tem direito até a um cover de Hendrix, "Bold as Love". Absurda.
Nesse dia que tenho ouvido o "Continuum" eu fico pensando em compositores de alto nível. Penso o seguinte, que se Stevie Wonder pega o "Continuum" e escuta "I Don't Trust Myself" por exemplo, Marvin Gaye "Vultures", e Hendrix a sua homenagem "Bold as Love", eles deve pensar consigo mesmo "Esse rapaz definitivamente está no caminho certo".

John Mayer - Continuum (2006). Vair continuar sendo o disco da semana, fácil.

3 comentários:

www.twitter.com/fabi_nogueira disse...

Oi, Raphael!
Legal seu comentário sobre John Mayer! Tb sou muito fã dele! Para mim é o melhor compositor atualmente. Ele consegue unir letras com conteúdo e altíssima qualidade instrumental... Ele toca muuiiiiito! Você já assistiu Where The Light is? Se você não assistiu, assista, é muito booooommmmmmmmmm! Ali ele une acústico, rock, blues... Td com uma qualidade absurda! Só um detalhe, é viciante! Depois vc vai ter dificuldade de ouvir qq outra coisa!

Victor Serak disse...

"SAY what you need to SAY".

Nathália disse...

O 'Room for squares' ainda tá tocando feito maluco.

O texto tá muito bom, Queiroz.