quarta-feira, 18 de março de 2009

Potencial elétrico (V) no interior de um condutor.

"Se me dou bem com algumas mulheres, não é por causa das virtudes que tenho, mas por causa das sombras que não tenho" - Rob Fleming em 'Alta Fidelidade' (Nick Hornby)

É fato que exista quem admire os estereotipados (adote uma conotação positiva), do jogador de futebol, do que anda na moda, do músico, do intelectual. Pois bem, passo longe de qualquer um desses.
-não jogo futebol (só entre amigos e cervejas e churrascos e cervejas e caneladas e cervejas), mas tenho meus tinos esportivos (poker é um deles) e adimiro futebol (digo que sou um torcedor não-praticante), por isso nunca deixaria um encontro de lado para assistir um jogo de futebol na TV (talvez para ir ao estádio, talvez);
-sobre a moda, eu passo despercebido (já dizia Ronnie Von: "A moda? A moda já ta fora de moda"). Num grupo de 20 pessoas, minha roupa não será reparada (talvez por um símbolo conhecido na camisa, e só), então é descartada opção de tediosas horas em um shopping para comprar roupa, pois é algo que faço nos 20 minutos que o estacionamento do mesmo nos permite para economizar R$3,50;
-há muitos anos arranho no violão, e consegui aperfeiçoar um pouco minha audição para tirar algumas coisas de ouvido (ou até lapsos de compositor nos domingos mazelados, e pós-ré's), uma ótima qualidade, pode-se dizer de passagem, pois já consegui impressionar alguns ouvidos de paqueras com a música favorita. Talvez uma sombra minha no quesito musical seja a seguinte; considero a compatibilidade de coleção de discos e mp3's decisiva na evolução de um relacionamento; acompanhe o racioncínio: suponha um "lero musical" entre 2 fãs de músicas dos anos 80, um da New Wave pós-Punk (Echo and Bunnymen, The Cure, The Smiths) e outro do Hair Metal (Bon Jovi, Poison, Motley Crue)... na verdade não suponha nada, pois isso nunca irá acontecer, pelo menos o "lero musical" não será compartilhado, muito menos o som do carro, então adeus a viagem romântica com trilha sonora, e a serenata na viagem, e os discos gravados de presente e a música tema do casal e... pronto, fim de papo, provado por a + b que não dá.
-não tenho paciência para Platão, Nietzsche, Kant, Marx, meu conhecimentos de tais (se existem) ficaram no Mundo de Sofia lido aos 15 anos. Meu negócio são romances: de Saramago (favorito) à best-sellers. Consumo tudo que é enlatado americano, séries (warner, fox, sony, universal) e blockbusters (Indiana Jones, Star Wars, Casablanca, De Volta para o Futuro, "westerns"). Porém, entretanto, todavia, possuo um "cult side" (vamos assim dizer), -lista de 5 diretores favoritos: Kubrick, Hitchcock, Sergio Leone, Woody Allen, Truffaut (não necessariamente nessa ordem). Então, cinema pra mim é sagrado, desde a Sala 3 do Multiplex Recife ao Cinema da Fundação eu estou indo.

-Conclusão?
Acho que descobri uma das minhas maiores qualidades. Vivo numa média; sou uma constante assim como potencial elétrico dentro de um condutor; sou um ponto de inflexão (aquele ponto em que a curva de um gráfico muda de concavidade); nem tanto, nem tão pouco; nem seca, nem transborda; nem falta, nem enjoa;. =T

*pronto Ná (minha irmã), ATUALIZADO!

Um comentário:

Nathália. disse...

A especificação da 'Ná' foi a melhor. hahaha

ótimo texto, rapha.
até a parte engenheiro...com a história da inflexão e coisa e tal.
e termina logo esse livro que eu quero ficar apaixonada pelo Rob e as sombras que ele não tem!

beijo!